By Day
Não sei se alguém ainda não viu.
Mas aqui vai a história.
O Gus nunca foi uma pessoa lá muito romântica. Porém, às vezes (eu disse às vezes) ele surpreende! Foi assim com o pedido de casamento.
No dia 13 de março deste ano ele escreveu um artigo na página 2 do jornal Diário de Cuiabá, intitulado 'Todos os Outros Dias'. Como sempre, ele me mandou para eu ler e qual não foi a minha surpresa ao ver que o texto, em tom de critica social, era na verdade o pedido oficial de casamento! Vocês imaginam a minha reação né?! rs.
O inusitado é que o texto ganhou muita repercussão, mas muita mesmo! Virou matéria no G1 e foi parar até no Portal Imprensa da Uol.
Segue o pedido!
Todos os outros dias
Em 2011 o Brasil registrou um recorde de 351.153 divórcios, um número 45,6% maior do que o de 2010 (243.224). Segundo a informações do Registro Civil, que acompanha o dado desde 1984, a proporção vem aumentando constantemente.
Apesar disso. Eu vou me casar (esse ano, diga-se de passagem). Quando falo isso em voz alta em um ambiente, a história ganha forma e sai do quadro. Em 90% dos comentários o mesmo argumento é repetido: “Não está bom do jeito que está?”, “Como vocês vão pagar?, “Quem vão convidar?”, “Quanto vocês vão gastar?”...
Acabamos entrando na pilha e achando que apenas isso importa. Raramente alguém me pergunta se estou feliz com a decisão ou coisas do tipo. No final tudo se resume ao espetáculo. A sociedade reduziu a vida humana à aparência. As experiências passaram a ser moldadas pelos espetáculos da cultura e da mídia deixamos de ser sujeitos da nossa própria história. Ou como diria Guy Debord: “O espetáculo apresenta-se como uma enorme positividade indiscutível e inacessível. Ele nada mais diz senão que “o que aparece é bom, o que é bom aparece”. (Debord,1997,p.16-17).
A indústria transformou tudo o que podia em negócio e com os relacionamentos foi o mesmo. Datas foram criadas, comemorações foram inventadas e a essência do que realmente importa simplesmente se perdeu. Afinal, por que as pessoas decidem viver juntas para sempre?
Não sabemos mais. Não vale mais a pena. O que outrora era motivo de comemoração virou apenas mais status social. Festa, vestido, alianças, presentes, padrinhos, comida e por aí diante. E o que vale é quanto custa! É assim que aprendemos a quantificar tudo.
Olhando assim fica fácil entender o número de divórcios. Os mega eventos são tão mais importantes que os dias normais que quando chega no dia-a-da, a monotonia da relação parece extinguir com o amor dos casais.
A minha pesquisa sobre o assunto continuou. Descobri que apesar do número vertiginoso de separações o volume de oficializações ainda é três vezes superior. Mas, por que?
Uma grande amiga me disse certa vez que em qualquer relação há três tipos de momentos inesquecíveis. Os que são bons demais e por isso guardamos com carinho. Os que são ruins ao extremo e não conseguimos esquecer e todos os outros dias. Fiquei surpreso quando ela olhou para mim e disse: “O que sempre faz o amor acabar são todos os outros dias”.
Bem, nesse mesmo dia descobri que vou ter momentos ótimos e péssimos momentos com a minha nega. Mas, entendi que o que eu mais quero é passar todos os outros dias com ela. Pensando nisso volto a importância da essência e vejo que esqueci algo importante. O pedido.
Então lá vai: “Nega (Day), quer casar comigo?”
(GUSTAVO NASCIMENTO é repórter )
Não sei se alguém ainda não viu.
Mas aqui vai a história.
O Gus nunca foi uma pessoa lá muito romântica. Porém, às vezes (eu disse às vezes) ele surpreende! Foi assim com o pedido de casamento.
No dia 13 de março deste ano ele escreveu um artigo na página 2 do jornal Diário de Cuiabá, intitulado 'Todos os Outros Dias'. Como sempre, ele me mandou para eu ler e qual não foi a minha surpresa ao ver que o texto, em tom de critica social, era na verdade o pedido oficial de casamento! Vocês imaginam a minha reação né?! rs.
O inusitado é que o texto ganhou muita repercussão, mas muita mesmo! Virou matéria no G1 e foi parar até no Portal Imprensa da Uol.
Segue o pedido!
Todos os outros dias
Em 2011 o Brasil registrou um recorde de 351.153 divórcios, um número 45,6% maior do que o de 2010 (243.224). Segundo a informações do Registro Civil, que acompanha o dado desde 1984, a proporção vem aumentando constantemente.
Apesar disso. Eu vou me casar (esse ano, diga-se de passagem). Quando falo isso em voz alta em um ambiente, a história ganha forma e sai do quadro. Em 90% dos comentários o mesmo argumento é repetido: “Não está bom do jeito que está?”, “Como vocês vão pagar?, “Quem vão convidar?”, “Quanto vocês vão gastar?”...
Acabamos entrando na pilha e achando que apenas isso importa. Raramente alguém me pergunta se estou feliz com a decisão ou coisas do tipo. No final tudo se resume ao espetáculo. A sociedade reduziu a vida humana à aparência. As experiências passaram a ser moldadas pelos espetáculos da cultura e da mídia deixamos de ser sujeitos da nossa própria história. Ou como diria Guy Debord: “O espetáculo apresenta-se como uma enorme positividade indiscutível e inacessível. Ele nada mais diz senão que “o que aparece é bom, o que é bom aparece”. (Debord,1997,p.16-17).
A indústria transformou tudo o que podia em negócio e com os relacionamentos foi o mesmo. Datas foram criadas, comemorações foram inventadas e a essência do que realmente importa simplesmente se perdeu. Afinal, por que as pessoas decidem viver juntas para sempre?
Não sabemos mais. Não vale mais a pena. O que outrora era motivo de comemoração virou apenas mais status social. Festa, vestido, alianças, presentes, padrinhos, comida e por aí diante. E o que vale é quanto custa! É assim que aprendemos a quantificar tudo.
Olhando assim fica fácil entender o número de divórcios. Os mega eventos são tão mais importantes que os dias normais que quando chega no dia-a-da, a monotonia da relação parece extinguir com o amor dos casais.
A minha pesquisa sobre o assunto continuou. Descobri que apesar do número vertiginoso de separações o volume de oficializações ainda é três vezes superior. Mas, por que?
Uma grande amiga me disse certa vez que em qualquer relação há três tipos de momentos inesquecíveis. Os que são bons demais e por isso guardamos com carinho. Os que são ruins ao extremo e não conseguimos esquecer e todos os outros dias. Fiquei surpreso quando ela olhou para mim e disse: “O que sempre faz o amor acabar são todos os outros dias”.
Bem, nesse mesmo dia descobri que vou ter momentos ótimos e péssimos momentos com a minha nega. Mas, entendi que o que eu mais quero é passar todos os outros dias com ela. Pensando nisso volto a importância da essência e vejo que esqueci algo importante. O pedido.
Então lá vai: “Nega (Day), quer casar comigo?”
(GUSTAVO NASCIMENTO é repórter )